domingo, 24 de julho de 2011

Tiger...




Tigre, tigre, brilho flamejante
Na floresta, noite avante,
Que olho ou mão imortal
Expressaria sua pavorosa simetria?

Em qual profundeza ou altura
Queimaria a chama em seu olhar?
Com quais asas ousas voar?
Qual mão se atreve a este fogo apagar?

Com qual ombro ou arte
Do teu coração, torceria as partes?
E quando seu coração começar a bater,
Que horrendo pé ou mão te espanta?

Que martelo, que corrente?
Bate na forja, em sua mente?
Que bigorna, que com o medo
Te sufoca?

Quando as estrelas atirarem suas lanças,
E do céu, a água cair sem esperanças,
Sorrirá ele, ao ver o seu feito?
Quem criou você, deu vida também ao cordeiro?

Tigre, tigre, brilho flamejante
Na floresta, noite avante,
Que olho ou mão imortal
Expressaria sua pavorosa simetria?

William Blake

(Traduzido por Fernando M.)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Frustration.

você nasce, cresce, estuda, trabalha, constitui uma vida social (ou não), trabalha, se apaixona, casa, se cansa, continua casado, tem filhos, e coleciona um sem número de frustrações em relação à carreira, vida, amor, e etc, juntou muito dinheiro, pois foi bem sucedido, ou ficou muito pobre, se ficou rico, vive só o bastante pra ver seus filhos se matando como hienas carniceiras querendo sua herança, se ficou pobre, pode morrer numa cama de hospital público com uma família enorme, ou não, por perto que vai sentir muito a sua falta, mas você morreu e deu final à uma existência absolutamente sem sentido, cuja única realização foi descansar de tanto ter trabalhado pra nada, no final.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Emptiness...

Escuro, escuro, escuro, escuro, escuro,
estou perdido, perdido e sozinho...no escuro;
perdido dentro de mim...
Onde estão meus sonhos?
Todos aqueles que se foram,
onde estão?
Onde estão aqueles que nos juraram amor eterno?
Quando que deixamo-nos cair no próprio esquecimento?
O que nos restou?
Desilusão, dor e angústia;
Estas, nunca se vão...
O homem sempre se distingue das outras
espécies por um fator simples:
são criaturas extremamente rancorosas,
máquinas criadas com o único intuito de machucar
umas às outras.
Em meio a tantas desilusões, mágoas
e pessoas as quais eu machuquei,
eu deixo a vida, eu me entrego.
Você se lembra da última vez na qual foi você mesmo?
Lembra-se de como foi, do que amava,
de como era feliz, do quanto sorria?
Quando foi que assinamos o pacto com o diabo,
Quando barganhamos a existência pela subsistência?
Infelizmente, eu não sei responder...
Perdi-me dentro de mim...
Caí, e continuo afundando, lentamente, na escuridão sem fim...
Adeus.

(Fernando M.)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Angústia.

Quando você vê, a noite já
vai alta, e não te restou
muito mais do que alguns
goles de bebida;
Ainda assim, você não
consegue dormir, pois precisa ver as estrelas
indo embora com o vento que
carrega tuas lágrimas;
mas você simplesmente não percebe
que aquela música que tocava acabou,
e nada mais acontece à tua volta...
bem, já é tarde, hora de apagar
as luzes da casa...
mas você deita e fica rolando na sua
cama por infinitos Minutos antes de adormecer...
de repente você acorda no meio da noite
Com esqueletos batendo nas portas do seu armário,
pesadelos que não foram esquecidos...
Repensa todas suas escolhas de vida,
você sequer sabe o que está fazendo, 
tampouco se está vivendo, de fato.
O dia alvorecendo, e num gole seco você
termina bebida que restava.
E então sente em seu rosto o vento amargo
com gosto de tudo que viveu, sofreu, amou e morreu.
Alegria, angústia, lágrimas: nostalgia...
E você chora, por pessoas e lembranças que são muito mais
para você do que para todos que partilharam delas, pois
você vai partir logo e ninguém vai sentir sua falta.
E ainda chorando, vê um novo dia nascer, que poderia [finalmente?]
ser o último...
Adeus...


(Fernando M.)