terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Capítulo III - A solidão que consome a alma.


Há quem diga que as estradas da vida levam à variados destinos, és responsável por todas escolhas de sua vida, mestre de todos os caminhos para a felicidade e a imortalidade, que é capaz de enganar-lhe a morte e as tragédias; a grande verdade, é que não há tal poder que lhe faça enganar-se a desgraça eminente, todos os finais são idênticos, a opacidade nos olhos de quem se vai é sempre a mesma, independente da condição física e emocional daqueles que se vão, a vida sempre é uma estrada com rumo certo: a solidão.
As pessoas tendem a procurar companhia de outras pessoas para deixar de sentir-se sozinhas, conversam sobre interesses aleatórios, contam histórias, piadas, mentiras e distanciam-se daquelas que não julgam boas o suficiente para servir-lhes de companhia; tateiam cegamente pelos escuros corredores da vida em busca de uma mão a qual segurar, de modo que não sigam esta estranha jornada que é a vida, sozinhas.
Mas e quando não encontram tal mão, não escutam a voz que lhes guiaria pela mortalha nos túneis que guiam-se para o fim? Eu vos digo: o desespero e a loucura espalham-se pela mente destas pessoas como a peste se alastra sobre um
vilarejo, ceifando rapidamente a sanidade e vontade de viver de cada um acometido por esta deplorável condição, transformando os mais sólidos sonhos em devaneios tão frágeis quanto castelos de cartas, que despencam tão silenciosamente quanto os que caem infinitamente nos abismos de suas próprias mentes.
E então, cansado de não ter com quem trilhar, tateei no escuro em busca desta mão, gritei por ajuda em meio à escuridão, mas sem obter alguma resposta, percebi: fadado estou à solidão...

(Fernando M.)