terça-feira, 22 de julho de 2025

Samuel

Samuel, às vezes,

um gole de fel te incendeia.

Tal qual o absinto, desce queimando,

como a paixão que em teu peito permeia.


Mas é chama que afaga e destrói,

é beijo que fere e embriaga,

entra doce e sai fatal,

tal qual o canto da sereia.


Teus olhos dançam com o abismo,

entre o desejo e a impaciência,

carregas em ti o perigo

de uma chama que incendeia.


Fez da dor sua melodia,

com cordas que tocam o céu,

ilustram vossa agonia.


És sopro que o vento disfarça,

eco de um sonho que se esvaia,

luz que no éter se agarra.



(Fernando M.)

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