Samuel, às vezes,
um gole de fel te incendeia.
Tal qual o absinto, desce queimando,
como a paixão que em teu peito permeia.
Mas é chama que afaga e destrói,
é beijo que fere e embriaga,
entra doce e sai fatal,
tal qual o canto da sereia.
Teus olhos dançam com o abismo,
entre o desejo e a impaciência,
carregas em ti o perigo
de uma chama que incendeia.
Fez da dor sua melodia,
com cordas que tocam o céu,
ilustram vossa agonia.
És sopro que o vento disfarça,
eco de um sonho que se esvaia,
luz que no éter se agarra.
(Fernando M.)
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