Singela flor, nascida entre silêncio e fel,
Desfolhas a manhã com tua doçura.
Teu lume acende em terra, céu e alma nua,
E o ar te cerca em brando e manso véu.
Em tuas cores mora o sonho e mora o mel,
No leve aroma a vida se mistura.
És chama em calma, és sopro, és formosura,
Milagre breve em corpo tão fiel.
Olhar-te é ver o amor, em flor, completo,
É ouvir da terra o mais antigo afeto,
Que o tempo em vão não faz calar.
E ao te pensar, flor pura, etérea, fria,
Sinto que em mim renasce a poesia —
E o coração aprende a amar.
(Fernando M.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário