quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Orquídea




Singela flor, nascida entre silêncio e fel,

Desfolhas a manhã com tua doçura.

Teu lume acende em terra, céu e alma nua,

E o ar te cerca em brando e manso véu.


Em tuas cores mora o sonho e mora o mel,

No leve aroma a vida se mistura.

És chama em calma, és sopro, és formosura,

Milagre breve em corpo tão fiel.


Olhar-te é ver o amor, em flor, completo,

É ouvir da terra o mais antigo afeto,

Que o tempo em vão não faz calar.


E ao te pensar, flor pura, etérea, fria,

Sinto que em mim renasce a poesia —

E o coração aprende a amar.


(Fernando M.)

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