sábado, 13 de dezembro de 2025

Mar em chamas




Mais uma vez esta torrente,

asfixiante, me inunda a mente,

como a maré, me afoga a razão,

tal qual os goles apagam a paixão.


Sinto o forte sol a calcinar, 

o suor do rechaço a me encharcar, 

tal calor que turva a visão, 

incendeia as chamas do coração. 


Desesperado, eu fico acordado, 

queimando o peito em angústia;

o estômago revira, em renúncia. 


Agoniado, eu sigo amedrontado, 

do fracasso eminente, a loucura, 

grito desesperado, temendo a recusa. 


(Fernando M.)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Flor silvestre

 

Alva é tua tez, qual neve ao amanhecer,

que o vento toca como um suspiro.

Vejo em teu sorriso a luz do saber,

em teu silêncio, o contemplar do ser.


Teus olhos brilhantes, lânguidos como a lua,

não escondem — demonstram.

Refletem segredos que o tempo não viu,

prometem o que nunca foi dito.


Em teu gesto mora a ternura,

ainda que não falte a doçura —

esta permanece.


E ao teu olhar compreendo:

há belezas que não clamam atenção,

mas refletem a plenitude de um coração.


(Fernando M.)